Festa no interior: São Mateus e Linhares estão na final do Capixabão 2011

A Grande Vitória - com Rio Branco e Vitória - ficou para trás. A festa é no norte do Estado. Na tarde deste sábado (14), no estádio Engenheiro Araripe, o São Mateus derrotou o Rio Branco por 2 a 1 e vai pegar o seu maior rival na decisão: o Linhares, que, com um gol do goleiro Hiran, empatou com o Vitória em 1 a 1, no Salvador Costa. As finais acontecem nos dias 21 e 28 de maio. O Linhares, que fez melhor campanha na primeira fase, joga por dois resultad os Iguais.


No Engenheiro Araripe, Jânio Baiano, aos 31 minutos do primeiro tempo, abriu o placar para o São Mateus. Emílio, com um gol olímpico, empatou o jogo aos quatro minutos da segunda etapa. Aos 43 minutos, Regílson fez o gol da classificação do Pitbull.

No Salvador Costa, Vitinho fez o gol do Vitória ainda no primeiro tempo. Na segunda etapa, Hiran, de pênalti, garantiu a classificação da Coruja na final.

O jogo

“Sai, sai da frente! Sai que o Pitbull tá sem corrente!”

Os mais de 200 torcedores que percorreram 232 Km de São Mateus até Cariacica não viajaram à toa. Mas Logo que chegaram ao Estádio Engenheiro Araripe, se depararam com mais de 3 mil capa-pretas que faziam uma grande festa. Mateenses e capa-pretas ficaram lado a lado nas arquibancadas. Tudo porque, pela manhã, parte do estádio foi interditado e teve sua capacidade reduzida para 3500 torcedores.

Da arquibancada, os torcedores mateenses viram um Rio Branco querendo jogo, indo para cima, pressionando. Precisando vencer por dois gols de diferença, o técnico capa-preta, Marcos Birigui, resolveu ousar. Eduardo jogou mais avançado, trabalhando a bola com o atacante Evandro e com o meia Ronicley. Sem David, machucado, Emílio articulava as jogadas no meio. No início, deu certo. Bastante ofensivo, o Capa-preta partiu para cima logo no começo do jogo. Durante todo o primeiro tempo, o goleiro Robson Bahia e a zaga do Pitbull tiveram trabalho para interromper os ataques do Rio Branco, que vinham, principalmente, em bolas aéreas pela esquerda e pela direita. O São Mateus encontrou problemas logo no inicio do jogo. O volante Rincon sentiu uma contusão e o técnico Vevé teve que queimar uma substituição. No lugar dele entrou Ney.

Sob pressão, o São Mateus partiu para a arma que lhe restava: o contra-ataque. E foi assim que o Pitbull abriu o placar. Em um rápido contra-ataque, o meia Jânio Baiano entrou pela direita e bateu no canto do goleiro Felipe. Um balde de água fria na cabeça dos capa-pretas. Precisando fazer três gols para reverter a situação, o Rio Branco não desanimou e, mesmo com o São Mateus crescendo na partida, continuou pressionando até o final do primeiro tempo.

A segunda etapa começou da mesma forma que a primeira terminou: com o Rio Branco atacando o São Mateus. Para deixar o time ainda mais ofensivo, o técnico Marcos Birigui colocou o atacante Bruno Barbosa no lugar do lateral-esquerdo Helder. E sufocando o adversário, não demorou para empatar o jogo. Aos quatro minutos, em cobrança de escanteio, Emílio marcou um gol olímpico para explodir a torcida capa-preta, que voltou a fazer a festa nas arquibancadas.

O Rio Branco era só pressão. A torcida, acreditando em mais dois gols para se classificar, fazia sua parte e apoiava. Mas o tempo foi passando e a pressão virou nervosismo. O grito das arquibancadas diminuía, e o torcedor, que antes batia palma, começou a roer as unhas. Dentro de campo, o desespero começou a atingir os jogadores, que, nervosos, erravam passes. Toda vez que os mateenses pegavam na bola, os jogadores do Rio Branco apelavam para as faltas. E foi assim que o já desesperado torcedor capa-preta viu Emílio e Luciano serem expulsos. Para piorar a situação, o meia Ronicley sofreu uma lesão e deixou o campo. Como o técnico capa-preta já havia feito três substituições, o Rio Branco ficou com oito jogadores em campo. Era a hora da torcida que viajou 232 Km fazer a festa.

Com três jogadores a mais, o Pitbull começou a tomar conta da partida. Tranquilo e com a classificação encaminhada, o São Mateus partiu para o ataque e fechou o caixão capa-preta com um gol de Regílson, aos 42 minutos do 2º tempo. Silêncio nas arquibancadas do Araripe. Exceto na área azul e branca. Ali era só festa. Festa do São Mateus, que está mais uma vez na final do Capixabão.

Rio Branco: Felipe; Luciano, Wedson Pipoca, Marcelo e Helder (Bruno Barbosa); Caio, Gil Baiano, Eduardo (Thiago Keller) e Emílio; Ronicley e Evandro (João Paulo).
Técnico: Marcos Birigui

São Mateus: Robson Bahia; Márcio Gaia, Luciano e Jailson; Kennio, Rincon (Ney), Juninho, Jânio Baiano (Paru) e Rubem; Badinho (Roberto) e Marcelo Pelé.
Técnico: Vevé